quinta-feira, 20 de novembro de 2008

20 de novebro - nossa homenagem às mulheres negras

No 20 de novembro, Dia Nacional da Consciencia Negra, resolvemos homenagear algumas mulheres negras que se destacaram por assumir posições e atitudes de vanguarda para as épocas em que viveram.



Luiza Mahin: mulher guerreira



Esta africana guerreira teve importante papel na Revolta dos Malês. Pertencente à etnia jeje, alguns afirmam que ela foi transportada para o Brasil, como escrava; outros se referem a ela como sendo natural da Bahia e tendo nascido livre por volta de 1812. Em 1830 deu a luz a um filho, Luis Gama, que mais tarde se tornaria poeta e abolicionista e escreveria as seguintes palavras sobre sua mãe: ‘‘Sou filho natural de uma negra africana, livre, da nação nagô, de nome Luiza Mahin, pagã, que sempre recusou o batismo e a doutrina cristã’’. Luiza Mahin foi uma mulher inteligente e rebelde. Sua casa tornou-se quartel general das principais revoltas negras que ocorreram em Salvador em meados do século XIX, dentre elas a chamada Grande Insurreição, de 1835. Luiza conseguiu escapar da violenta repressão desencadeada pelo Governo da Província e partiu para o Rio de Janeiro, onde também parece ter participado de outras rebeliões negras, sendo por isso presa e, possivelmente, deportada para a África.


Antonieta de Barros - primeira deputada negra




Ao longo de sua vida, Antonieta atuou como professora, jornalista e escritora. Como tal, destacou-se, entre outros aspectos, pela coragem de expressar suas idéias dentro de um contexto histórico que não permitia às mulheres a livre expressão. Antonieta de Barros notabilizou-se por ter sido a primeira deputada estadual negra do país e primeira deputada mulher do estado de Santa Catarina. Eleita em 1934 pelo Partido Liberal Catarinense, foi constituinte em 1935. Atuou na assembléia legislativa catarinense até 1937, quando teve início a ditadura do Estado Novo. Com o fim do regime ditatorial, ela se candidatou pelo Partido Social Democrático e foi eleita novamente em 1947, desta vez como suplente.

Carolina Maria - cotidiano de mulher favelada



Carolina Maria de Jesus nasceu no interior de Minas Gerais, em uma família extremamente pobre de sete irmãos e tendo que trabalhar cedo para ajudar no sustento da casa. Por isso, estudou apenas até o segundo ano primário.

Nos anos 30, mudou-se para São Paulo e foi morar na favela do Canindé ganhando seu sustento e de seus três filhos como catadora de papel. No meio do lixo, Carolina encontrou uma caderneta, onde passou a registrar seu cotidiano de favelada, em forma de diário, dando inicio a uma literatura de denuncia sócio-política de um contexto hegemônico e excludente.

Um comentário:

graça sena disse...

Ser mulher num mundo regido sob a lógica masculina é um desafio e tanto; ser mulher negra num mundo androcêntrico, branco e judaico cristão é tarefa pra ser enfrentada a várias mãos, mãos femininas, mentes feministas.
Escrevendo prosa e poesia, fazendo política e arte, enfrentando um leão por dia, assim é o nosso cotidiano de mulheres, assim registramos nossa marca na história.