sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Dia do Saci

Para alguns, hoje é dia de Halloween, mas para outros as bruxas não estão com nada. Desde 2005, o governo brasileiro tenta oficializar o dia 31 de outubro como "Dia do Saci". O projeto, elaborado por Aldo Rebelo (PCdoB - SP) e Ângela Guadagnin (PT - SP), tem o objetivo de resgatar as figuras do folclore nacional.

A mobilização contra o Dia das Bruxas, de tradição dos Estados Unidos, fez com que a ONG Sociedade de Observadores de Saci (SoSaci) fizesse um abaixo-assinado para que a data tenha caráter oficial.

Além de uma data só para ele, o Saci também disputa a vaga como mascote da Copa do Mundo de 2014. Seu concorrente é o Pelezinho, personagem criado por Maurício de Souza em 1976.

Mas como pode o Saci, com uma perna só, ser mascote de um campeonato de futebol? Sobre isso, um membro da Sosaci disse ao jornal Folha de S. Paulo que o Brasil já teve ídolos do futebol com problemas nas pernas, como o Garrincha, e que o Saci, apesar de só ter uma perna, pode fazer "muitas coisas que outros não conseguem com duas".

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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Cenário da política baiana

A carnificina verbal do segundo turno em Salvador revelou a grande distância entre PT e PMDB na Bahia. Candidato a novo babalorixá da política baiana, o ministro da Integração Nacional, Gedel Vieira Lima, demonstrou força nas urnas ao reeleger o candidato do partido, João Henrique. O mais importante para o cacique peemedebista, no entanto, foi ter conseguido para o prefeito reeleito o apoio do DEM no segundo turno, fato que pode configurar um novo bloco na política baiana: “Essa campanha nos lembrou que nosso inimigo comum é o PT”, disse ACM Neto, herdeiro do carlismo. Sinais de que a vida dos prováveis candidatos petistas Jaques Wagner e Dilma Rousseff pode não ser tão fácil na Bahia em 2010, analisa Maurício Thuswohl.
Leia mais
http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4018&boletim_id=480&componente_id=8454

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Anna Akhmátova




Um pouco da poesia de Anna Akhmótova, poeta russa que muito aprecio.

MÚSICA

Algo de miraculoso arde nela,

fronteiras ela molda aos nossos olhos.

É a única que continua a me falar

depois que todo o resto tem medo de estar perto.

Depois que o último amigo tiver desviado o seu olhar

ela ainda estará comigo no meu túmulo,

como se fosse o canto do primeiro trovão,

ou como se todas as flores explodissem em versos.


segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Eleições Municipais

O resultado do 2º turno das eleições municipais foi rápido. Menos de três horas depois de encerrada a votação,a TV divulgava os nomes de vencedores e derrotados. Confirmando a pesquisa de boca de urna, e todas as pesquisas anteriores, em Salvador João Henrique foi reeleito; ou, João Henrique vence Walter Pinheiro; ou, João vence Jaques Wagner; ou Geddel vence Jaques Wagner; ou Wagner teve o que mereceu; ou Geddel é o maior amigo de Lula; ou, Lula, junto com Traso Genro (quem diria, hem, Greta Garbo?? Acabou no Irajá...)farão do PT um partido, assumido e preferencialmente, de centro.

domingo, 26 de outubro de 2008

POEMAS

MANUEL BANDEIRA

Arte de Amar

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.


ARMANDO FREITAS FILHO

Para Ana Cristina,
em memória

Ainda faltam muitos passos
para atravessar o saguão do mal-entendido.
Como não escorregar na cera
se os sentidos
já não me apóiam
e deslizam para longe
para todas as direções
como as contas de um colar
num chão de gelo
e nem o olhar consegue mais
alcançar, conter e contar
suas pérolas-lágrimas?
Como agarrar ou ser agarrado
nesse deserto triunfante
por alguma coisa que me ame?


VINICIUS DE MORAES

Soneto a Katherine Mansfield

O teu perfume, amada — em tuas cartas
Renasce, azul... — são tuas mãos sentidas!
Relembro-as brancas, leves, fenecidas
Pendendo ao longo de corolas fartas.

Relembro-as, vou... nas terras percorridas
Torno a aspirá-lo, aqui e ali desperto
Paro; e tão perto sinto-te, tão perto
Como se numa foram duas vidas.

Pranto, tão pouca dor! tanto quisera
Tanto rever-te, tanto!... e a primavera
Vem já tão próxima! ...(Nunca te apartas

Primavera, dos sonhos e das preces!)
E no perfume preso em tuas cartas
À primavera surges e esvaneces.


FERNANDO PESSOA

POEMA EM LINHA RETA

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


Poema de Álvaro de Campos

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Sexta no Pátio

A programação da Casa da Cultura nesta sexta-feira, 24 de outubro, está imperdível! Confira no Blog da Fundação, http://www.galenodavelirio.blogspot.com/ e ao vivo, no Pátio da Casa... Evoé!

Reflexão de Maria da Penha sobre Eloá


Vocês conhecem Maria da Penha? Falo da mulher ativista que inspirou a criação da lei que recebeu o seu nome. Ela e Maria Dolores de Brito escreveram a oportuna reflexão sobre o caso Eloá:


Feminicídio ao vivo: o que nos clama Eloá

Tudo o que o Brasil acompanhou com pesar no drama de Eloá, em suas cem horas de suplício em cadeia nacional, não pode ser visto apenas como resultado de um ato desesperado de um rapaz desequilibrado por causa de uma intensa ou incontrolada paixão. É uma expressão perversa de um tipo de dominação masculina ainda fortemente cravada na cultura brasileira.

No Brasil, foram os movimentos feministas que iniciaram nos anos de 1970, as denúncias, mobilização e enfrentamento da violência de gênero contra as mulheres que se materializava nos crimes cometidos por homens contra suas parceiras amorosas. Naquele período ainda estava em vigor o instituto da defesa da honra, e desenvolveram- se ações de movimentos feministas e democráticos pela punição aos assassinos de mulheres. A alegação da defesa da honra era então justificativa para muitos crimes contra mulheres, mas no contexto de reorganização social para a conquista da democracia no país e do surgimento de movimentos feministas, este tema vai emergir como questão pública, política, a ser enfrentada pela sociedade por ferir a cidadania e os direitos humanos das mulheres.

O assassinato de Ângela Diniz, em dezembro de 1976, por seu namorado Doca Street, foi o acontecimento desencadeador de uma reação generalizada contra a absolvição do criminoso em primeira instância, sob alegação de que o crime foi uma reação pela defesa "honra". Na verdade, as circunstâncias mostravam um crime bárbaro motivado pela determinação da vítima em acabar com o relacionamento amoroso, e a inconformidade do assassino com este fim. Essa decisão da justiça revoltou parcelas significativas da sociedade cuja pressão levou a um novo julgamento em 1979 que condenou o assassino. Outro crime emblemático foi o assassinato de Eliane de Grammont pelo seu ex-marido Lindomar Castilho em março de 1981. Crimes que motivaram a campanha "quem ama não mata".

Agora, após três décadas, o Brasil assistiu ao vivo, testemunhando, o assassinato de uma adolescente de 15 anos por um ex-namorado inconformado com o fim do relacionamento. Um relacionamento que ele mesmo tomou a iniciativa de acabar por ciúmes, e que Eloá não quis reatar. O assassino, durante 100 horas manteve Eloá e uma amiga em cárcere privado, bateu na vitima, acusou, expôs, coagiu e por fim martirizou o seu corpo com um tiro na virilha, local de representação da identidade sexual, e na cabeça, local de representação da identidade individual. Um crime em que não apenas a vida de um corpo foi assassinada, mas o significado que carrega – o feminino.

Um crime do patriarcado que se sustenta no controle do corpo, da vontade e da capacidade punitiva sobre as mulheres pelos homens. O feminicídio é um crime de ódio, realizado sempre com crueldade, como o "extremo de um continuum de terror anti-feminino" , incluindo várias formas de violência como sofreu Eloá, xingamentos, desconfiança, acusações, agressões físicas, até alcançar o nível da morte pública. O que o seu assassino quis mostrar a todas/os nós? Que como homem tinha o controle do corpo de Eloá e que como homem lhe era superior? Ao perceber Eloá como sujeito autônomo, sentiu-se traído, no que atribuía a ela como mulher (a submissão ao seu desejo), e no que atribuía a si como homem (o poder sobre ela - base de sua virilidade). Assim o feminicídio é um crime de poder, é um crime político. Juridicamente é um crime hediondo, triplamente qualificado: motivo fútil, sem condições de defesa da vítima, premeditado.

Se antes esses crimes aconteciam nas alcovas, nos silêncios das madrugadas, estão agora acontecendo em espaços públicos, shoppings, estabelecimentos comerciais, e agora na mídia. Para Laura Segato [1] é necessário retirar os crimes contra mulheres da classificação de homicídios, nomeando-os de feminicídio e demarcar frente aos meios de comunicação esse universo dos crimes do patriarcado. Esse é o caminho para os estudos e as ações de denúncia e de enfrentamento para as formas de violência de gênero contra as mulheres.

Muita coisa já se avançou no Brasil na direção da garantia dos direitos humanos das mulheres e da equidade de gênero, como a criação das Delegacias de Apoio às Mulheres - DEAMs, que hoje somam 339 no país, o surgimento de 71 casas abrigo, além de inúmeros núcleos e centros de apoio que prestam atendimento e orientação às mulheres vítimas, realizando trabalho de denúncia e conscientizaçã o social para o combate e prevenção dessa violência, além de um trabalho de apoio psicológico e resgate pessoal das vítimas. Também ocorreram mudanças no Código Penal como a retirada do termo "mulher honesta" e a adoção da pena de prisão para agressores de mulheres, em substituição às cestas básicas. A criação da Lei 11.340, a Lei Maria da Penha, para o enfrentamento da violência doméstica contra as mulheres.

Mas, ainda assim, as violências e o feminicídio continuam a acontecer. Vejamos o exemplo do Estado do Ceará: em 2007, 116 mulheres foram vítimas de assassinato no Ceará; em 2006, 135 casos foram registrados; em 2005, 118 mortes e em 2004, mais 105 casos [2]. As mulheres estão num caminho de construção de direitos e de autonomia, mas a instituição do patriarcado continua a persistir como forma de estruturação de sujeitos. É preciso que toda a sociedade se mobilize para desmontar os valores e as práticas que sustentam essa dominação masculina, transformando mentalidades, desmontando as estruturas profundas que persistem no imaginário social apesar das mudanças que já praticamos na realidade cotidiana.

O comandante da ação policial de resgate de Eloá declarou que não atirou no agressor por se tratar de "um jovem em crise amorosa", num reconhecimento ao seu sofrer. E o sofrer de Eloá? Por que não foi compreendida empaticamente a sua angústia e sua vontade (e direito) de ser livremente feliz?


Notas:

[1] SEGATO, Rita Laura. Que és um feminicídio. Notas para um debate
emergente. Serie Antropologia, N. 401. Brasília: UNB, 2006.
[2] Dados disponíveis em: http://www.patricia galvao.org. br/apc-aa-
patriciagalvao/ home/noticias. ...
=1076

* Maria Dolores é Socióloga, professora da Universidade Federal do Ceará /
Maria da Penha é inspiradora do nome da Lei Federal 11340/2006 e colaboradora de Honra da Coordenadoria de Políticas para Mulheres da Prefeitura de Mulheres

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Ocupaçao da Reitoria da UFRB - o resumo da ópera, por Gustavo Medeiros

Socializo informações postadas por Gustavo Medeiros, nosso amigo Guga, estudante de Comunicação da UFRB.




No dia 26 de Setembro de 2008,estudantes do CAHL(Centro de Artes Humanidades e Letras),campus de Cachoeira,ocuparam a sala do vice reitor e a secretaria em anexo,dando inicio ao processo de ocupação da reitoria,sem a consulta previa de outros centros,bem como a realização de uma assembléia.
No dia 29 de Setembro,alguns estudantes do CCAAB(Centro de Ciências Agrarias,Ambientais e Biológicas) aderem ao movimento denominado Coletivo de Ocupação.Embora concordassem com a pauta de reivindicações,os centros de Santo Antonio de Jesus(Centro de Ciências da Saude-CCS)e Amargosa(Centro de Formação de Professores-CFP) não aderiram a ocupação,acreditando assim em um diálogo com a Reitoria.Foram feitas diversas reuniões e assembléias para definir os rumos dessa ocupação.A partir de uma reunião com um representante dos servidores,uma mesa de negociações foi organizada e é por ela que os pontos da pauta são discutidos.
São 49 pontos entre eles a implantação de uma Residência e um Restaurante Universitario nos campi de Cachoeira,Santo Antonio de Jesus e Amargosa,além da aquisição de equipamentos para os laboratorios dos cursos de Jornalismo e Museologia.
Após a última reunião no dia 17 de outubro,última sexta feira,foi acoradado o fim da ocupação,pois uma comissão permanente havia sido instalada.Nesse interim,o campus de Cachoeira ficou 3 semanas sem aulas,pois tb estava sendo ocupado pelos estudantes.Outras informações acesse:www.ufrb.edu.br/linkreconcavo

Gustavo Medeiros
Aluno do 4º Semestre do Curso de Comunicação-Jornalismo UFRB/CAHL

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Parada Gay em Cruz das Almas



Ouvi falar que vai ter Parada por aqui, só não sei a data. Até vieram me perguntar se era eu que estava organizado, talvez por conta de ter entre as propostas que defendi na campanha para vereadora o cumprimento do Programa de Combate à Homofobia do Governo Federal aqui em Cruz, mas não tenho nada com a organização da Parada.

Apoio o movimento, na condição de simpatizante, assim como defendo o fim de toda forma de preconceito - sexual, de gênero, racial, geracional, religioso, ... - e acredito que esse pode ser um bom espaço para auto-organização do segmento LGBTT ( = lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, segundo aprovado na I Conferencia Nacional), desde que traga junto o debate sobre a discriminação que a comunidade ainda sofre e a necessidade da sociedade superar todas as práticas discriminatórias.

Torço para que dê certo e as pessoas envolvidas façam um movimento para além do pitoresco!!

Sds anti-discriminatórias, socialistas e feministas,

M.

domingo, 19 de outubro de 2008

Obrigada Cruz das Almas




QUEM CONTA COM GENTE ASSIM, PRECISA MAIS DO QUE MESMO???

Em família, com meus pais, Marise e Alice
Com o governador Jaques Wagner









Com minha mamãe Carlinda!!

Com Alex, o Lê de Francy...


Com Bau, o José Roberto, vulgo "Carniça"








Com Chico Sodré, o neném dengoso!!

Com Sandro Ricardo, Pai Sandro de Oya
Com Gina Karla, Drika e Kitty, as superpoderosas!!





Com Marcelo Vieira









Com Moisés, o Mozzer!

MENSAGEM DO COMPANHEIRO YULO OITICICA



Socializo com vocês a mensagem que recebi do nosso querido amigo e companheiro, o deputado estadual Yulo Oiticica.


À companheira Marisete,

Com muita alegria saúdo você e todos os companheiros e companheiras que construíram esta vitoriosa campanha, vencedora no debate político e representativa da classe trabalhadora de Cruz das Almas. Sua campanha como vereadora expressou o desejo de homens e mulheres que queriam ver ascender no poder legislativo a defesa dos seus direitos e a garantia de uma política mais clara e participativa.

A vitória eleitoral não veio como desejávamos, mas você marcou a política desta cidade por ser militante engajada nas lutas do Partido, dos movimentos das minorias políticas, como o de mulheres, racial e do LGBT e em outros movimentos sociais, além de ter propostas reais de mudança social.

Essa campanha fortaleceu nosso grupo também para a participação no governo municipal, que, na sua reeleição, traz em si o voto de esperança do povo de Cruz das Almas na continuidade da mudança. Pois, assim como Lula mudou o país, Wagner está mudando a Bahia, e temos que reconhecer que a vitória de Orlandinho foi a vitória de todo o PT. Os desafios agora são outros e vocês estão ainda mais credenciados para vencer os novos obstáculos. Acredito que temos muito a contribuir no governo municipal e devemos participar dele.

Certamente vocês não são os (as) mesmos (as) depois dessa experiência riquíssima, sobretudo você Marisete. O momento é de arregaçar a “manga” e continuar a luta, e quero reafirmar meu apoio e colocar-me à disposição desta construção.

Infelizmente, não poderei estar presente neste encontro com todos e todas que participaram desta campanha, devido a diversas agendas, como o Encontro do PT com os prefeitos eleitos da Bahia. Porém, mais uma vez, coloco-me à disposição para contribuir em todas as lutas.

Desejo que vocês continuem mais firmes na luta, atuando em defesa da democracia, dos direitos humanos e na construção partidária, sem perder a ternura, sendo referência para o recôncavo baiano e para toda a Bahia.

Um forte abraço,

Yulo Oiticica
Deputado Estadual - PT


A teus pés

Crédito: Pacha Urbano



NADA, ESTA ESPUMA
Por afrontamento do desejo
insisto na maldade de escrever
mas não sei se a deusa sobe à superfície
ou apenas me castiga com seus uivos.
Da amurada deste barco
quero tanto os seios da sereia.


A poesia de Ana Cristina Cesar me fascina!
Poucos poetas me tocam tão profundamente quanto ela. Quando a conheci Ana C. já havia morrido. Curiosa, aproveitei parte das tardes que dedicava a um trabalho de pesquisa na Bibioteca Central - levantando notícias de fuga de escravos na Bahia do século XIX, contratada por um colega que preparava sua dissertação de mestrado - para saber um pouco mais sobre ela...

SETE CHAVES
Vamos tomar chá das cinco e eu te conto minha
grande história passional, que guardei a sete
chaves, e meu coração bate incompasado entre
gaufrettes. Conta mais essa história, me
aconselhas como um marechal do ar fazendo
alegorias. Estou tocada pelo fogo. Mais um
roman à clé?
Eu nem respondo. Não sou dama nem mulher
moderna.
Nem te conheço.
Então:
É daqui que tiro versos, desta festa - com
arbítrio silencioso e origem que não confesso -
como quem apaga seus pecados de seda, seus três
monumentos pátrios, e passa o ponto e as luvas.

Nas livrarias buscava seus livros - A Teus Pés, uma coletânea apresentada por Caio Fernando Abreu, que encontrei na 6ª edição, durante uma feira de livros num shopping da cidade, foi o primeiro deles. A cada poema que lia, nele me via de alguma forma, ora espectadora, "olho muito tempo o corpo de um poema/até perder de vista o que não seja corpo/e sentir separado entre dentes/um filete de sangue/nas gengivas", ora protagoista - " O dia foi laminha. Célia disse: o que imprta é a carreira, não a vida. Contradição difícil. A vida parece laminha e a carreira é um narciso em flor."...


"Queria falar da morte
e sua juventude me afagava.
Uma estabanada, alvíssima,
um palito. Entre dentes
não maldizia a distração
elétrica, beleza ossuda
al mare. Afogava-me."


Em 29 de outubro completam-se 25 anos da sua morte, mas em mim ela vive e me acompanha até hoje.


"Ana Cristina encarava a modernidade. Talvez por isso tenha morrido cedo - pura passagem permanente - muitas asas e um desdém pelo que poderia ser raiz. O lugar que ocupa é na linha do horizonte - virtual e veloz. Seu verso, que pertenceu à vertente cultivada da geração que apareceu em 70, é, hoje, pedra de toque para toda poesia que se quer nova; com seus motivos e matizes estilizadas que se deixam acompanhar, ao fundo, por uma brusca e inusitada melodia que parece ter sido feita pela mistura de cristais, heavy metal e tafetá. A obra é breve, um cinemaessencial, e depressa. Morria de sede no meio de tanta seda. Nunca nos esquecemos de sua paixão acesa e seca. O que mais queima: a pedra de gelo ou o ferro em brasa ? Vulcão de neve. Ela não foi - ela fica - como uma fera". Armando Freitas Filho no livro" Inéditos e Dispersos - Poesia/Prosa" Editora Brasiliense - 1985


SAMBA-CANÇÃO
"Tantos poemas que perdi. Tantos que ouvi, de graça, pelo telefone - taí, eu fiz tudo pra você gostar, fui mulher vulgar, meia-bruxa, meia-fera, risinho modernista arranhando na garganta, malandra, bicha, bem viada, vândala, talvez maquiavélica, e um dia emburrei-me, vali-me de mesuras (era comércio, avara, embora um pouco burra, porque inteligente me punha logo rubra, ou ao contrário, cara pálida que desconhece o próprio cor-de-rosa, e tantas fiz, talvez querendo a glória, a outra cena à luz de spots, talvez apenas teu carinho, mas tantas, tantas fiz..."


Para saber mais consulte:
http://acervos.ims.uol.com.br/php/level.php?lang=pt&component=37&item=48
http://www.revista.agulha.nom.br/anac01.html
http://www.lumiarte.com/luardeoutono/accesar.html
http://www.germinaliteratura.com.br/acc.htm

sábado, 18 de outubro de 2008

AGORA É COM ELAS

Programa AGORA É COM ELAS
com Elayne Ramalho e Marisete (Zéu) Andrade
De 2ª a 6ª, das 16 às 18 h, na Rádio Alvorada AM 1460


Este é um projeto superespecial para mim - o Programa Agora é com Elas, na Rádio Alvorada AM 1460. A idéia partiu de Elayne e Deísa Prazeres (nossa eterna Malu Torres), que convenceram a direção da emissora a levar ao ar um programa diferente: apresentado apenas por mulheres, tratando de temas do cotidiano de forma leve e bem humorada, um verdadeiro bate-papo entre amigas.


Entrei nessa história a convite de Fernando Chagas, um dos diretores da Alvorada, que me conheceu durante uma entrevista que dei a Leonidas Rodrigues. Animadíssima com a idéia de me tornar apresentadora de rádio - eu, que na época já acumulava as atividades de professora e coordenadora do Departamento de Políticas para Mulheres da Prefeitura com as de militante, mãe, filha, amiga, mulher... topei na hora!!!

Isso foi em dezembro de 2007. Durante 2, 3 meses discutimos o formato, gravamos um piloto que foi aprovado pela direção, e no dia 7 de março de 2008 apresentamos o primeiro programa, junto com a nova grade da emissora.

Dois meses depois do início a formação original foi alterada. Malu Torres se afastou e eu e Elayne tocamos sozinhas o programa por um tempo, até a chegada de Lyz, que me substituiu quando precisei me afastar em função da candidatura a vereadora. Com o fim do processo eleitoral, retomei minhas atividades de 'radialista junior' e vivo feliz com nossos ouvintes que ligam, comentam e se divertem conosco na bagunça ordenada que é nosso programa!!

Vale a pena acompanhar, seja no rádio, AM 1460, ou pela net, no site www.radioalvoradaam1460.com.br.
Espero vc lá...



quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Deus nos livre da perfeição,
porque deve ser horrível não ser
humano.

Milton Marinho, O Caminho Inverso (Medusa vai ao cabeleireiro)



Retomo este blog depois de vários meses.
Durante este tempo ausente assumi o desafio de concorrer a uma vaga para a Câmara Municipal de Vereadores de Cruz das Almas - um desafio que não aceitei sozinha, pois junto comigo estavam mulheres e homens que perseguem com saudável obstinação a idéia da transformação social.
Vivemos intensamente cada um dos momento dessa campanha. Fizemos mais de 150 reuniões, com os mais diversos segmentos da sociedade, sempre debatendo, sem receio, os temas mais polêmicos do cotidiano - a violência contra as mulheres, a rica diversidade de nossa sociedade e a necessidade da convivência fraterna e respeitosa entre os desiguais na opção de vida, mas iguais nos direitos de políticas públicas.
Não tivemos êxito na nossa intenção imediata, que era alcançar uma vaga na Câmara - recebi 424 votos, número insuficiente para eleger uma vereadora.
Mas contamos uma vitória política expressiva: trouxemos para o debate no municipio a importância de qualificar a disputa eleitoral, fundamentando-a não em promessas eleitoreiras mas no debate de propostas; não na força do dinheiro, mas na riqueza das proposições.
Fomos a única candidatura ao legislativo que teve coragem de assumir como bandeira a defesa do segmento LGBT, da liberdade de orientação sexual e o combate à intolerancia religiosa, com apoio declarado às comunidades reunidas nas religiões de matriz africana, junto com o debate do papel das mulheres na sociedade e na política.
Ainda não foi desta vez que Cruz das Almas elegeu uma mulher de esquerda, socialista e feminista para a Câmara de Vereadores, mas nós não vamos desistir!